terça-feira, 30 de julho de 2013

Encontros e despedidas

O universo é mesmo muito sábio. Como diz minha querida vovó, ele "não dá ponto sem nó". É bem como diz o ditado, não há porta que se feche sem que outra se abra adiante.

Há certo tempo, tive a lição de que pessoas vem e vão em nossas vidas. Algumas delas aparecem do nada, causam a maior revolução e se despedem sem avisar. Outras chegam de mansinho, como quem não quer nada e sem percebemos, estamos absolutamente viciadas à elas. Algumas delas passam um tempo enorme sem dar notícias, e quando dão, vemos que nada mudou. E outras podem mudar radicalmente de um dia para o outro, e nós continuarem apegados à elas.

Essa parte da história, a maioria de nós já ouviu em diversas páginas sociais, artigos, livros, músicas e até poemas. O que a maioria de nós talvez ainda não tenha se dado conta é que o universo coloca cada uma delas em nosso caminho com algum propósito. Seja para nos amar, nos orientar e nos guiar do primeiro ao último dia de nossas vidas, seja para nos inspirar a criar laços com aqueles que colocaremos no mundo para que nós os amemos, orientemos e guiemos desde seus primeiros até seus últimos dias, seja para nos fazer rir exclusivamente naquele dia em que estávamos tristes, ou seja para nos fazer chorar e nos ensinar coisas que levaremos conosco durante longos anos.

Não importa qual é a função que as pessoas terão em nossas vidas. Elas sempre virão, e sempre irão. Faz pouco tempo que finalmente compreendi o contexto do ir e vir das pessoas em minha vida. Antes, eu acreditava que as pessoas eram as coisas mais importantes para mim, e que eu deveria, acima de tudo, cultiva-las, agrada-las, adivinha-las e realiza-las. Porém, devo mencionar quantas vezes esqueci de mim diante de tantas funções em relação aos outros. Depois de sair de uma longa e desesperada crise existencial, posso dizer que agora finalmente eu compreendo a enorme diferença entre amar e respeitar as pessoas e amar e respeitar a mim mesma.

Meu pensamento parece ser bem egoísta e, de uma certa maneira, é. Mas é fundamental para o ser humano conhecer sua posição no mundo antes de realmente quer ajudar os outros. Para os religiosos, a própria bíblia mostra que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Então, reflita:

  • Como é que eu posso dar amor a alguém, se dentro do meu coração há pouco amor por mim?
  • Como é que posso respeitar os valores dos outros se não sou capaz de respeitar meus próprios valores?
  • E como poderei conquistar os desejos dos outros se não sou capaz sequer de identificar meus próprios desejos?

Nós só podemos oferecer aquilo que temos. Em outras palavras, nós devemos ser "egoístas" e nos dar amor e respeito, para então termos a condição de oferecer isso - que temos - a alguém. Entendermos como esse processo funciona é fundamental para compreendermos o papel que todos os nossos companheiros representam.

Quando nos amamos e nos respeitamos, criamos uma vibração em volta de nós que nos guia e nos orienta, que nos leva aos lugares e experiências que nos dão prazer, e consequentemente atraímos pessoas que estão na mesma sintonia que nós. Apesar de acreditar no poder das forças universais, não há nada de mágico neste simples e lógico processo. Se estamos de bem com nosso eu interior e em harmonia com nossos desejos e nossas atitudes, naturalmente atrairemos pessoas que não só respeitam nossa postura como também estão na mesma sintonia que nós. Ainda mais natural que isso, afastaremos outras pessoas de nossa vida, não por serem pessoas ruins, mas pelo simples fato de estarem em vibrações diferentes e em fora de sintonia  com nossa atual vibração.

Por fim, e o ponto onde quero chegar, é que toda mudança verdadeira vem do nosso interior e, de dentro para fora, ela transforma tudo ao nosso redor. Inclusive as pessoas de nosso convívio. Quando mudamos nossa vibração, alteramos nossa maneira de enxergar o mundo e com isso, enxergarmos coisas diferentes - especialmente nas pessoas - que não nos dávamos conta antes. E é exatamente essa postura que acarreta o ir e vir de pessoas.

O que devemos ter em mente é que os encontros e despedidas fazem parte de um processo saudável e natural. Quando nos desapegamos daqueles que já não nos acrescentam, abrimos um espaço em nosso caminho para que uma nova pessoa que efetivamente acrescentará algo positivo entre em nossa vida. E não há absolutamente qualquer razão para nos sentirmos culpados ou entristecidos por aqueles que "se foram". Eles cumpriram seu papel conosco, e agora, precisam partir para continuar sua missão com outros e com eles mesmos.

Por isso digo que o universo é sábio. Sempre que ele fecha uma porta e afasta alguém de nosso caminho, ele imediatamente abre outra por onde entrará alguém incrivelmente especial, que trará muitas coisas boas, experiências de vida e energias positivas.

Confiar na magnitude e no poder do universo é permitir que ele guie nosso coração e realize nossos mais grandiosos desejos!

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